terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amamentação.

Fiquei sabendo pelo jornal VS que em Sapucaia do Sul as mães se reúnem para tirar suas dúvidas sobre a maternidade no Projeto Gestante – Mamãe e Bebê. Pois bem, fazia tempo que não percebia uma iniciativa tão útil quanto esta e fico ansiosa para ver uma iniciativa semelhante em São Leopoldo, cidade onde resido.
Ser mãe é tão complexo para mim quanto calcular os juros do cartão de crédito ou entender como funcionam as tarifas telefônicas. Eu, graduada e pós graduada demorei quase um mês para aprender a dar o seio a minha filha de forma que não me machucasse e eu sentisse o tal prazer que as mães dizem sentir.
Quando fiquei grávida, tomei como munição vários livros e muitos folders entregues pela minha médica. Todos falam essencialmente a mesma coisa, sobre assaduras, cólicas, refluxo, perda de peso inicial, dormência do primeiro mês de vida, depressão pós parto e claro, amamentação. Mas nenhum folder e nenhuma mãe mais experiente conta realmente como é a experiência. O fato é que mães de primeira viagem precisam na prática de alguém que as orientem quanto a pega do seio pelo bebê, pois a alimentação é o mais importante e o mais crítico, é no ato de amamentar que a mãe realmente se apaixona pelo seu filho e se cria um apego para a vida toda. Se não acontecer da forma prazerosa, será um martírio que encherá de culpa a nova mãe.
Neste processo de amamentação, todos dão palpites e a nova mãe, cansada e sem dormir, fica mais estressada com tantas pessoas a sua volta achando que estão ajudando, o que contribui significativamente para uma depressão. Desta maneira, vejo que a iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Social de Sapucaia do Sul em realizar estes encontros, possibilita a troca sem cobranças entre iguais, diminuindo assim a ansiedade e a culpa das jovens mães que acham que devem ser perfeitas na criação dos seus bebês esquecendo que tudo na vida é um aprendizado. Mamãe e bebê aprenderão juntos a melhor maneira, o principal já vem de berço, o instinto tanto de oferecer o leite materno quanto o de sugar.
Mas, não é só pelo ato de amamentar que a maternidade é complexa, toda a dedicação que a mãe deve ter com o seu bebê em seus primeiros meses de vida é uma rotina cansativa. Além das noites mal dormidas, a mãe perde a sua mobilidade. Ao contrário do pai que pode sair e voltar a hora que quiser, a mãe deve estar disponível a todo o momento para seu filho, o que causa em nós mulheres uma sensação de prisão, contrário a liberdade que tanto lutamos durante séculos. Poder compartilhar com outras mães sentimentos contraditórios, ajuda a manter sã a mente de quem passa por tantas mudanças em sua vida.
Hoje, minha filha tem pouco mais de três meses, aprendemos juntas que o momento de amamentar é só nosso e para mim é maravilhoso ter a pequena aninhada em meus braços sugando de mim o seu alimento. Sinto-me poderosa, porém se tivesse a oportunidade de compartilhar com outras mães a minha experiência, com certeza me sentiria amparada e tudo teria sido mais fácil.

Um comentário:

Lizzy Oliveira disse...

E td isso msm....uma confusão de sentimentos, pensamentos e momentos que podem trazer alegria ou frustração.
Amo meus filhos mas odeio a maternidade...vai entender.
bjus